11 dicas para que o sonho da casa própria não vire um pesadelo

Sonho da casa própria
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A empolgação natural durante a busca pela realização do sonho da casa própria faz com que muitas vezes as famílias não se atentem para detalhes essenciais e que se não forem observados podem fazer deste sonho um grande pesadelo. À frente de um dos mais renomados escritórios de arquitetura do Brasil, a Norden^ Arquitetura, Paulo Renato Alves que já acumula 20 anos de experiência em vários tipos de projetos dá dicas simples, mas pontuais na hora de escolher um imóvel que realmente proporcione conforto e segurança para sua família. Confira algumas dessas orientações que podem fazer toda a diferença na hora de comprar ou até mesmo alugar.

  1. Fachada. A fachada de um prédio, segundo o arquiteto e urbanista, é como se fosse uma roupa que alguém usa, mas diferente de uma roupa que pode ser trocada a cada estação, no caso de um edifício é bom sempre fugir do modismo, evitando, por exemplo, cores da moda ou muito fortes, pois isso, segundo ele, faz com que esse visual externo enjoe rapidamente, gerando até mesmo uma desvalorização do imóvel. “O ideal é sempre procurar uma fachada com um estilo atemporal e que não exija tanta manutenção. Como por exemplo, prédios que estão em áreas de franca expansão imobiliária onde há uma incidência muita grande ainda de terra e poeira, os edifícios com fachadas com cores brancas devem ser evitados, pois irá se exigir uma repintura a cada dois anos. Fachadas com cores muito escuras também não são interessantes, além de promover o aumento da temperatura interna do imóvel, o pigmento dessas tintas se desbota muito rapidamente”, explica Paulo Renato. Portanto, seguindo a orientação de quem sabe, no que tange à economia, o melhor é optar por uma fachada mais durável; e no quesito de estético, o ideal é escolher as fachadas mais neutras ou num estilo atemporal. “Uma fachada atemporal é aquela em que com certeza daqui a 20 anos ainda estará moderna, não sai de moda”, diz o arquiteto.Em relação às casas, as dicas de Paulo Renato são basicamente as mesmas. “Casas por exemplo que têm muito uso de vidro podem até passar um ar de modernidade, porém exigem muita manutenção, dando muito trabalho e gastos. Então o ideal é fazer uma mescla entre o que é bonito e o viável, sem exageros”, frisa o profissional.
  2. Janelas e varandas. Paulo Renato explica que as janelas promovem, além da iluminação, a ventilação do ambiente. Por isso esses itens devem estar localizados em posições da casa por onde passe uma grande quantidade de luz, gerando assim uma significativa economia com energia, já que não será preciso usar luz elétrica durante o dia. “O que se vê muito, quando o imóvel não é planejado por um profissional com a devida competência técnica, são casas ou apartamentos com janelas muito pequenas, menores até do que as dimensões recomendadas, ou então janelas que dão para uma varanda, ai então temos aquele ambiente enclausurado. Portanto, escolher um imóvel que favorece o uso da iluminação natural e de ventilação natural reflete muito no bolso do morador”, diz Paulo Renato. Outro aspecto interessante a ser observado nas janelas, explica o arquiteto, é que a entrada de mais luz solar ajuda a combater bactérias. “Ambientes muito escuros e com pouca ventilação são muito insalubres, e favorecem a proliferação de fungos e bactérias nocivos a nossa saúde”, destaca.
  3. Quartos. Quanto aos quartos, a dica do especialista é ficar atento ao layout, principalmente os que têm suíte. Paulo Renato explica que o ideal é que nesse ambiente se consiga colocar todos os móveis que ele precisa e ao mesmo tempo haja uma circulação fácil, em que a pessoa precise se movimentar pouco. “As vezes você até tem um quarto grande, mas se uma janela ou o acesso à suíte forem colocados no local errado, perde-se muito espaço que poderia ser usado para o mobiliário. Ai você é obrigado a colocar um móvel quase que no meio do quarto ou juntar tudo do lado de uma parede só. Em geral plantas que geram menos circulação são mais eficientes”, orienta o arquiteto. Ainda sobre o layout do quarto, o arquiteto faz um alerta: evitar camas próximas às janelas, especialmente em residências onde irão morar crianças. Se não tiver como mudar a mobília, o correto é o uso de uma grade ou uma rede de segurança. Outra orientação importante feita pelo arquiteto é sobre o posicionamento dessas janelas. Paulo Renato explica que o ideal é que as janelas desses ambientes fiquem viradas para o sol nascente, ao invés do sol poente que traz um calor mais intenso, ocasionando assim um efeito estufa, ou seja, o local estará muito quente e abafado à noite, quando as pessoas efetivamente usam o quarto.“No caso do sol da manhã, ele aquece o quarto, elimina muitas bactérias e ao longo do dia o ambiente irá esfriar, já que não receberá esse sol mais forte da tarde, deixando o quarto com uma temperatura mais amena evitando o uso contínuo do ar condicionado”, completa o arquiteto.
  4. Garagens. As garagens, especialmente nos edifícios, são motivo de muitas dores de cabeça para quem, na hora da compra do imóvel, não observou pequenos detalhes que fazem muita diferença. Por isso Paulo Renato esclarece que as garagens dos prédios têm tamanhos padrões. No caso de Goiânia, de acordo com a lei municipal vigente, o mínimo é 2,40 m de largura por 4,80 de profundidade. As vagas extras, aquelas que são feitas além do exigido, podem ser um pouco menores, tendo um mínimo de 2,30 m por 4,60 m. O arquiteto lembra que, desde 2008, empreendimentos em Goiânia são obrigados a oferecer, em pelo menos 20% de suas unidades, garagens com uma metragem maior, com 2,50 m por 5,50 m, que é para uso de caminhonetes e utilitários maiores. “Portanto, na hora escolher um imóvel num prédio a pessoa deve se atentar para essas medidas”, pontua Paulo Renato. Mas o especialista ressalta que essas regras são válidas para empreendimentos novos (projetados de 2008 pra cá). Em prédios mais antigos isso pode variar, não só as medidas, mas também outros aspectos como pilares invadindo vagas, o que em alguns prédios que foram construídos há mais tempo é permitido. “Hoje, nos novos empreendimentos isso é proibido. Então é muito importante saber o ano da aprovação do projeto e averiguar na legislação quais eram as medidas e normas técnicas vigentes na época”, informa Paulo Renato. Em relação à localização da vaga de garagem, a dica do especialista é evitar os espaços colados à paredes, ou com pilares grandes perto ou com o pilar muito perto do começo da vaga, o que dificulta as manobras.
  5. Área de lazer. Paulo Renato lembra que em Goiânia, especialmente no ano de 2010, viveu-se um momento recente com a construção de muitos condomínios clubes, com vários itens de lazer. Ele explica que esse é um aspecto que pode realmente trazer muita valorização ao imóvel, mas é preciso ter também muito cuidado com o excesso, observar o que realmente será usado, e principalmente, averiguar o que é viável financeiramente. “Muitos desses equipamentos de lazer como sauna, várias salas de jogos, muitos tipos de quadra, fontes luminosas, floreiras e outros itens exigem constante manutenção e isso eleva em muito a taxa de condomínio. Portanto, se o preço do condomínio é um problema, preferia aqueles residenciais que têm uma estrutura de lazer mais enxuta, com uma piscina, uma academia, um playground (ou brinquedoteca) e salão de festas”, aconselha.
  6. Cozinha americana. A cozinha americana é um modelo de ambiente muito comum nas casas e apartamentos nos dias de hoje. Mas ainda assim muita gente fica em dúvida se esse tipo de opção é vantajosa ou não. O arquiteto avalia o uso da cozinha americana com uma característica interessante para o imóvel, pois possibilita aquela sensação de amplitude de espaço. Mas ele também levanta um problema prático que de fato incomoda muita gente, a gordura que sobe com o preparo dos alimentos. “Uma sugestão é deixar o fogão na parede oposta à divisa com a sala, tendo em vista que nenhum exaustor é capaz de absorver toda essa gordura e fumaça que se dá no preparo dos alimentos. Outra alternativa é fazer as divisórias com painéis e fechá-las na hora do preparo dos alimentos”, sugere o arquiteto.
  7. Banheiros. Uma coisa que pode parecer sem importância, mas que as pessoas devem ficar atentas, seja em casas ou em apartamentos, é para a posição da janela ou do basculante do banheiro. “O ideal é que essas janelas fiquem do lado do box ou bem perto do chuveiro. Isso porque o chuveiro é o principal ponto de umidade desse ambiente. Se essa janela ou basculante está longe do chuveiro ou do box, há grandes chances de surgir mofo no banheiro, pois essas aberturas têm como uma de suas funções eliminar o vapor d’água e com isso o excesso de umidade”, explica.
  8. Condições estruturais do imóvel. Buscar a orientação de um profissional devidamente habilitado, como um arquiteto ou engenheiro para acompanhar a vistoria do imóvel. Essa é outra dica fundamental para quem está procurando uma casa ou apartamento. “Existem defeitos que são bem visíveis, como rachaduras ou infiltrações, mas existem vários outros problemas ocultos, que são percebidos somente na avaliação de alguém que tenha o devido conhecimento técnico”, ressalta Paulo Renato Alves. Um dos problemas que podem ser percebidos numa vistoria feita por quem tem o devido conhecimento técnico é, por exemplo, o caimento correto de um piso. “Muitas vezes quem está comprando ou alugando um imóvel, seja casa ou apartamento, vê o chão com um piso novo, bonito e tudo mais, mas só depois que a pessoa já se mudou, é que ela percebe que na hora de usar o banheiro ou lavar a cozinha a água corre para o lado oposto ao ralo ou acumula num canto, formando poças d´água, uma coisa que no seu dia a dia vai dar muito trabalho”, diz o arquiteto. Paulo Renato esclarece que no caso de imóveis novos, as construtoras sérias do mercado voltam ao imóvel depois da obra entregue, garantindo que esses tipos de problemas sejam solucionados, uma vez que este compromisso é determinado por lei. Mas quando se compra de um imóvel de terceiro resolver essas questões fica muito mais difícil, pois o ex-dono pode querer alegar que não havia o problema e muitas vezes a questão vai se resolver somente na Justiça. “Para evitar esse tipo de dor de cabeça a minha dica é contratar uma profissional devidamente habilitado para acompanhar a vistoria do imóvel”, afirma Paulo Renato.
  9. Instalações. Uma boa dica do arquiteto para quem está procurando um imóvel usado diz respeito às instalações elétricas e hidráulicas. Nesse caso, mais uma vez é necessária a ajuda de um profissional especializado para uma avaliação. No caso da instalação elétrica, Paulo Renato explica que os componentes que a integram (fios, interruptores, tubulações, disjuntores e outros itens) têm prazos de validade que variam de acordo com o fabricante e seu uso. Segundo ele, em imóveis mais antigos, com mais de 20 anos, a atenção precisa ser ainda maior. “Hoje a quantidade de eletrodomésticos e eletroeletrônicos que temos em casa é bem maior do que há duas décadas. Antigamente, a grande maioria das casas tinha uma ou duas TVs, um chuveiro, uma geladeira bem simples, uma máquina de levar e as vezes um micro-ondas. Hoje não. São muitos os itens que dependem da eletricidade para funcionar e muitas vezes todos são usados quase que simultaneamente. Portanto, os imóveis antigos não estavam preparados para isso. As mesma coisa acontece a com a rede hidráulica que também tem uma vida útil”, esclarece Paulo Renato.
  10. Armadilhas. Já para quem procura um imóvel na planta, o arquiteto Paulo Renato alerta para algumas armadilhas do mercado. Ele explica que algumas vezes as plantas baixas do imóvel, principalmente aquelas que estão nos folders de propaganda, não condizem com o que realmente será o imóvel. “As vezes usa-se medidas dos móveis que não são padrões, para ter-se a impressão de que o quarto ou sala seja grande e caiba tudo que precisa. Mas é preciso comparar o tamanho do ambiente que é oferecido com a metragem dos móveis que você pretende usar. Uma cama de solteiro, por exemplo, tem uma metragem média de 2,00m X 0,90m e as vezes você visita um decorado e usam uma cama com uma medida menor. Essas coisas são raras de ocorrer, mas infelizmente as vezes ocorrem”, alerta o arquiteto.
  11. Liquidez. Paulo Renato lembra que um imóvel na grande maioria das vezes representa mais da metade do patrimônio de uma pessoa, ou muitas vezes é o único patrimônio, por isso é importante preocupar-se com a liquidez que ele irá gerar. Ou seja, o quanto ele poderá valorizar e se será fácil ou não revendê-lo. “A grande maioria das pessoas quando compra um imóvel acha que vai viver naquele lugar por toda a vida, mas isso dificilmente acontece. Por algum motivo ou outro você pode precisar se desfazer desse imóvel, seja porque a família encolheu com a saída dos filhos, ou porque você conseguiu um trabalho muito fora de mão, enfim, são vários os motivos. Sendo assim, evite personalizar muito o imóvel, adotando coisas que muitas vezes só você gosta. Isso na hora de revender a casa ou o apartamento pode atrapalhar ou te obrigar a refazer o projeto original”, diz o arquiteto.

 

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